Diz a sabedoria popular que mais vale prevenir do que remediar. E quando é a saúde que está em causa esta é uma asserção que assenta como uma luva: a prevenção deve acompanhar todas as fases da vida, o que significa que é necessário fazer consultas médicas de rotina, bem como exames clínicos de avaliação dos principais parâmetros indicadores do estado de saúde. No caso da saúde feminina, são nomeadamente os que se prendem com o aparelho ginecológico e reprodutor. Mas não só.
Prevenir significa, neste contexto, que deve haver uma vigilância do estado de saúde, o que passa por consultas médicas periódicas – na ausência de sintomas de doença ou de doença crónica, uma consulta anual é a periodicidade recomendada pela medicina familiar. Esta é a ocasião para uma avaliação do estado geral de saúde, para identificação de eventuais fatores de risco e, caso se justifique, para a correção desses mesmos fatores. Essa avaliação é feita pelo clínico, através do diálogo com o utente e da observação. O médico avalia igualmente indicadores como peso e pressão arterial, avaliação esta que é complementada com exames que permitem aferir alguns parâmetros vitais, entre eles os valores de glicemia e de colesterol – importantes para a deteção precoce de doenças do foro cardiovascular. Assim, são prescritas análises laboratoriais ao sangue, mas também à urina.
A partir dos 50 anos, deverá ser feita uma colonoscopia de 5 em 5 anos. Se existirem antecedentes familiares de cancro do colon e reto, a idade da primeira colonoscopia e a periodicidade com que esta deve ser repetida será indicada pelo médico.
Entre os exames comuns a homens e mulheres encontram-se também os de natureza oftalmológica e auditiva: a partir dos 40 anos deverão realizadas anualmente uma consulta de oftalmologia e uma consulta de otorrinolaringologia, mesmo que não existam problemas.
É igualmente importante fazer o autoexame da pele (que permite detetar alterações nos sinais existentes)
Exames no feminino
Quanto aos exames que estão diretamente relacionados com a saúde da mulher, o primeiro lugar é ocupado pelo autoexame da mama, mas há mais:
• Autoexame da mama: Consiste na palpação da mama, para deteção de eventuais nódulos. Trata-se da prevenção primária do cancro da mama, devendo ser realizado a partir dos 20 anos – embora este tipo de cancro seja raro antes dos 30, quando surge evolui muito rapidamente, pelo que a vigilância é fundamental.
• Citologia ou Papanicolau: Este exame deve ser feito no máximo até três anos após o início da vida sexual, sendo depois recomendada a sua realização a cada três anos. Consiste na recolha de células do colo do útero para exame laboratorial: permite identificar eventuais infeções e é utilizado como método de diagnóstico do colo do útero – trata-se de um tipo de cancro que, se detetado cedo, tem um prognóstico muito favorável, o que reforça a importância da prevenção.
• Mamografia: É o exame, por excelência, de despiste do cancro da mama, a principal doença oncológica entre as mulheres. É recomendado a partir dos 45 anos para mulheres sem antecedentes e antes dos 40 (ou de acordo com a indicação do médico) nos casos em que existam antecedentes familiares diretos (mãe ou irmã) de cancro da mama. Permite detetar nódulos que não são sentidos na palpação. Deve ser repetida a cada dois anos.
• Ecografia mamária: É indicado como exame de primeira linha para mulheres jovens ou mulheres grávidas (que não podem submeter-se a radiação), ou como complemento da mamografia em mamas de elevada densidade. Permite identificar eventuais alterações no tecido mamário, nomeadamente nódulos ou quistos. Deve ser feita de dois em dois anos.
• Testes de perfil hormonal: São aconselhados quando se começam a manifestar os sinais de menopausa, nomeadamente as irregularidades menstruais. Permitem conhecer os níveis de produção de hormonas, o que, no caso das mulheres, corresponde ao estrogénio e à progesterona. Ajuda a antecipar a evolução do ciclo de fertilidade e, assim, ajudar a prevenir os efeitos associados à menopausa. Realiza-se na faixa etária dos 50 anos, a idade simbolicamente associada ao fim da fertilidade feminina.
• Estudos de densidade óssea: São recomendados quando a mulher entra na menopausa, uma vez que o fim da produção de estrogénios desencadeia uma perda abrupta de massa óssea, o que pode deixar os ossos fragilizados. Estes estudos permitem, como o nome indica, avaliar a densidade óssea, o que é importante para o diagnóstico da osteoporose. Após os 65 anos, devem ser repetidos a cada dois anos.
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